quarta-feira, 28 de abril de 2010

ENTREVISTA DO JORNAL MENSAGEIRO DA PAZ AO PR. JOSUÉ AQUINO E AO EX-PADRE JACKIS LANDY


Ex-sacerdote católico romano testifica transformação de sua vida por Deus e a chamada para trabalhar na obra do Senhor


Passar dias inteiros estudando, se abdicar de algumas vontades e muita dedicação à igreja Católica. Essa era a rotina de Jackislandy Meira de Medeiros Silva, formado em Física, Filosofia e Teologia. Hoje, aos 32 anos, dos quais 13 devotados ao seminário e ao ofício de ser padre, ele servem ao Senhor dirigindo a Assembléia de Deus na mesma cidade, Florânia (RN), onde antes fora “o padre da cidade”.
Nascido em um lar católico romano, Jackislandy se aproximou muito cedo dos movimentos religiosos. “Minha família era tradicionalmente católica romana e cresci me alimentando dessa cultura. Estava sempre envolvido com grupos e movimentos jovens, além de ser coroinha e ter atuado em outras áreas da igreja. Aos poucos, fui me enveredando por esse caminho até que comecei a pensar no propósito de ser padre”, lembra.




Mesmo sem apoio da família, o jovem de 16 anos entrou no seminário. “Com o passar do tempo, perceberam autenticidade e de alguma maneira aceitaram minha decisão”, conta. A rotina era de estudos, oração e dedicação. Tudo era voltado para o serviço da igreja romanista. “Às vezes percebia que servia muito mais á igreja que a Deus. Havia outras necessidades em mim que não haviam sido supridas e, com o passar do tempo, essa parte ficou um pouco sublimada por conta das disciplinas no seminário que exigiam muito de mim”, ressalta o ex-sacerdote.

Jackislandy afirma ainda que foi difícil deixar tudo para trás, mas, como não estava se sentindo realizado, optou por mudar e atender à necessidade de preenchimento pessoal. “Racionalizava mais a minha fé do que me realizava internamente com ela. Não era algo do coração”, admite.

Uma das discordâncias que percebeu entre os ensinos da Igreja Católica Romana e o ensino bíblico, e que o incomodava, era a questão do celibato. Além dessa percepção, Jackislandy queria construir uma família e, em 2004, deixou a paróquia para realizar o sonho. Escreveu uma carta se despedindo e agradecendo pelo tratamento que o bispo e a Igreja Católica lhes deram durante o tempo que esteve ali. “Não saí de lá com ressentimento, com mágoas, mas com outra convicção, sabendo da minha missão, do projeto de Deus para minha vida. E foi para atender a esse chamado que decidi sair e, hoje, sou casado, Amo minha esposa” ressalta.

A família não esperava essa decisão. Eles confiavam no ex-padre, que percebeu que não estava sendo íntegro em sua fé romanista. Os fiéis da paróquia, mesmo sem entender, foram receptivos. “Aos poucos, foram se acostumando com a idéia, percebi até um apoio, uma recepção agradável por parte deles”, relata.

Ainda em 2004, Jackislandy conheceu Silmara Nobre, que o ajudou na nova caminhada e com quem hoje é casado. Antes de entrar em uma igreja protestante, Jackislandy tinha vários preconceitos contra os evangélicos.

Não gostava dos métodos de oração, revelação e buscar a Deus. Tinha estranhamento a tudo isso, o que gerou em mim inicialmente o preconceito. Achava que os crentes gritavam muito, que não sabiam dialogar e nem fazer silêncio. É uma visão caduca, mas que muitas pessoas no interior têm ainda hoje”, ressalta.

Mesmo com toda essa carga negativa, conversava muito com Silmara, que o ajudou na nova caminhada. “Conheci o pastor Josué Aquino aqui em Florânia. Ele dialogou muito comigo, me visitou e apoiou também. Por meio da orientação dele, comecei a visitar a Assembléia de Deus local. Fui a vários encontros e, em um dos cultos ali, me decidi a Cristo”.

Logo que ele deixou a batina, ficou um tempo sem freqüentar a igreja. Nesse momento, resolvi visitá-lo e convidei-o a assistir a nossos cultos, até que, em um dos encontros, aceitou a Jesus”, alegra-se pastor Josué Aquino, líder da Assembléia de Deus em Florânia.

Pastor Josué testemunha a mudança de conduta de Jackislandy. “Seis meses após a conversão, ele foi batizado nas águas. Se tornou bom aluno de Escola Dominical, passando a ser professor e, em seguida, superintendente. Colocamos Jackislandy como auxiliar, primeiro cargo que um membro pode exercer, então entregou uma congregação para ele dirigir na zona rural do nosso município, onde ele já tinha sido padre”. 
 



Desde que abandonou a batina e decidiu servir ao Senhor, o ex-padre sente que está mais perto de Deus. “Vejo que essa presença amorosa me envolve totalmente, ao ponto de a autoridade passar a ser efetivamente divina e não meramente humana. Isso trouxe benefícios enormes à minha vida. Só tenho a agradecer.

Fonte:
Mensageiro da Paz / Dezembro 2008

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